terça-feira, 21 de dezembro de 2010
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Rubia M.
Me olhou pela última vez, com aqueles olhos azuis que mais pareciam de um brinquedo. Senti naquele olhar, seu pedido de adeus: não me esqueça. Eu senti, e fiz questão de atender. Desde então todos os dias, ao abrir os meus olhos, tudo que vejo é aquele mar azul dos olhos dele, envolto por veias vermelhas que a idade lhe proporcionara, e o brilho que as lágrimas, ainda presas, refletiam contra a luz.
Lembro então de todos os outros momentos, de todos os outros olhares e sorrisos que ele me dera, desde que eu não sabia sequer seu nome, sabia apenas que aquele homem era alguém que me amava, me alegrava, me queria bem. E com o tempo fui sentindo tudo isso também, fui entendendo os laços que a vida nos proporcionou, que iam além de sangue ou sobrenome... laços de amor.
Desde sempre, esse amor. Até hoje, esse amor. O amor mais lindo, mais puro. Aquele amor fraterno, que não se encontra tão facilmente em qualquer esquina. Ele escolheu me amar, e eu permiti essa entrega. E é por isso que ainda hoje, mesmo estando longe, mesmo não tendo mais aqueles olhos pra sorrirem com os meus, ainda hoje me sinto feliz por lembrar que ao menos tive tanto amor um dia. E que algum dia, poderei dar esse amor que guardei com tanto carinho, desde que não o tenho mais comigo.
Um olhar, um último olhar. Um apelo. Uma vida
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